sexta-feira, 16 de janeiro de 2009









Diante da dificuldade em dar sustento a seus filhos pequenos, a jovem nordestina Maria do Carmo Ferreira da Silva deixa a pequena Belém de São Francisco, no interior de Pernambuco, disposta a encontrar na cidade grande uma forma mais digna de criar seus rebentos. Quando chega ao Rio de Janeiro, a retirante encontra uma cidade à beira do caos. Era dezembro de 1968 e o governo do país decretara o Ato Institucional número cinco, o AI-5. No meio do tumulto, sem ter como localizar o irmão Sebastião, seu único contato ali, Maria do Carmo vira presa fácil da sorte. A
única alma que lhe oferece ajuda e solidariedade seqüestra sua única filha, a recém-nascida Lindalva, e some no mundo.
Lourdes – como essa mulher se apresentara, vestida como uma enfermeira grávida – na verdade chama-se Nazaré e decide roubar a criança para apresentá-la a seu futuro marido como sendo fruto legítimo de uma conturbada relação. É assim que a pequena Lindalva passa a se chamar Isabel.
Ao sentir a falta da criança, Maria do Carmo entra em crise. Bate de frente com a truculência dos homens da polícia, que a atiram numa cela sob acusação de que ela se tratava de uma agitadora subversiva. Na cadeia conhece alguém, também preso, que há de se tornar um parceiro para toda a vida. É Dirceu de Castro, que coincidentemente conhece o irmão dela. Os dois trabalhavam no mesmo jornal, ele como jornalista e Sebastião como motorista.
Esclarecido o mal-entendido, Maria do Carmo acaba livre, reencontra o irmão e os filhos que estavam prestes a serem enviados a um orfanato. Só não encontra Lindalva. É diante desta encruzilhada da vida que ela faz um juramento que jamais há de esquecer: dedicar a vida para trazer de volta sua filha.
Nos tempos atuais, bem distantes daqueles tumultuados anos sessenta, Maria do Carmo é outra pessoa. Mudou, para melhor. Aprendeu com a vida e soube tirar proveito dela. Se não é rica, ao menos não passa mais as necessidades de outrora. O negócio de construção na baixada fluminense, prosperou. Graças a ele, Do Carmo pôde criar os quatro filhos que lhe restaram, Reginaldo, Leandro, Viriato e Plínio. E assim, os quatro tornaram-se homens feitos.
ELENCO
núcleos
SUSANA VIEIRA - Maria do Carmo Ferreira da Silva
RENATA SORRAH - Nazaré Tedesco
JOSÉ WILKER - Giovanni Improta
JOSÉ MAYER - Dirceu de Castro
CAROLINA DIECKMANN - Isabel / Lindalva
EDUARDO MOSCOVIS - Reginaldo
LETÍCIA SPILLER - Viviane
LEONARDO VIEIRA - Leandro
MARCELLO ANTONY - Viriato
DAN STULBACH - Edgard Legrand
LEANDRA LEAL - Maria Cláudia
DÉBORA FALABELLA - Maria Eduarda
RAUL CORTEZ - Pedro Correia de Andrade e Couto (Barão de Bonsucesso)
GLÓRIA MENEZES - Baronesa Laura
MARÍLIA GABRIELA - Guilhermina
WOLF MAYA - Leonardo
ÂNGELA VIEIRA - Gisela
JOSÉ DE ABREU - Josivaldo
DADO DOLABELLA - Plínio
CAROL CASTRO - Angélica
HELENA RANALDI - Yara Steiner
NELSON XAVIER - Sebastião
MARA MANZAN - Janice
ADRIANA LESSA - Rita de Cássia
NUNO MELLO - Constantino
RONEY MARRUDA - Cigano
THIAGO FRAGOSO - Alberto
FLÁVIO MIGLIACCIO - Jacques
ELIZÂNGELA - Djenane
MALU VALLE - Shirley
YONÁ MAGALHÃES - Flaviana
MYLLA CHRISTIE - Eleonora
BÁRBARA BORGES - Jenifer
HEITOR MARTINEZ - João Emanuel
MARIA MAYA - Regininha
LUDMILA DAYER - Danielle
ANDRÉ GONÇALVES - Venâncio
TÂNIA KALIL - Nalva
MÁRIO FRIAS - Thomas Jeferson
LEONARDO MIGGIORIN - Shao Lin (Políbio)
JÉSSICA SODRÉ - Leidi Daiane
THADEU MATOS - Bruno
MARCELA BARROZO - Bianca
ÍTALO ROSSI - Alfred
FELIPE CAMARGO - Edmundo
ANDRÉ MATTOS - Madruga
LUIZ HENRIQUE NOGUEIRA - Ubiracy
GOTTSCHA - Crescilda
STELLA FREITAS - Cícera
CRISTINA MULLINS - Aurélia
AGLES STEIB - Maikel Jecson
REYNALDO GONZAGA - Rodolfo
SILVIA SALGADO - Aretuza
CRISTINA GALVÃO - Jandira
XANDÓ GRAÇA - Merival
LEONARDO CARVALHO - Gato
JULIANA DINIZ - Larissa
CATARINA ABDALA - Jurema
ROBERTO LOPES - Delegado Aberaldo Paredes
GUIDA VIANA - Fausta
NAURA SCHNEIDER - Elisa
EDUARDO FRAGA - Ubaldo
ELÍSIO LAGE - Elias
MARCO VILLELA - Turcão
FÁBIO MALTEZ - Scarface
MARCELO ESCOREL - Ciro
BIANCA COMPARATO - Helen (namorada de Maikel Jecson)
CARLOS VIEIRA - Moura (garçom do Monsieur Vatel)
ISABELA LOBATO - Ariela (colega de Crescilda)
MABEL TUBE - Fatinha (empregada de Gisela)
CHAGUINHA - porteiro do prédio de Leonardo e Gisela
LEANDRO RIBEIRO - Zequinha (cabo eleitoral de Reginaldo)
JOANA LENER - Martinha (cabo eleitoral de Reginaldo)
DANIEL ZUBRINSKY - Napa (da turma de Shao Lin)
GUILHERME DUARTE - Jacaré (da turma de Shao Lin)
DERLAN HENRIQUE - Lolo (da turma de Shao Lin)
HAMILTON RICARDO - Valdir (motorista de Giovanni)
TAMMY LUCIANO - enfermeira amiga de Eleonora
MARCELO MELO - Eberardo (cozinheiro do Monsieur Vatel)
MÁRCIO MELO - Ebenezer (cozinheiro do Monsieur Vatel)
FELIPE CARDOSO - garçom do Monsieur Vatel
FABIANA MEYRELES - Clara (empregada da creche)
FILIPPO COELHOe
TARCÍSIO MEIRA - José Carlos Tedesco
MARIA LUÍSA MENDONÇA - Leila
MIRIAN PIRES - Clementina
VERA FISCHER - Vera Robinson
PAULO JOSÉ - Artur Fonseca
LIMA DUARTE - Senador Victório Vianna
FLÁVIO GALVÃO - Jorge Maciel (advogado de Guilhermina)
ROBERTO BOMTEMPO - Gilmar
ANA ROSA - Belmira
TIÃO D'AVILLA - Aníbal (fotógrafo amigo de Dirceu)
TATYANE FONTINHAS GOULART - suposta filha de Do Carmo
TAMARA TAXMAN - Madame Mirtes
THELMA RESTON - Jacira (senhoria do apartamento onde mora Djenane)
IVÂN CANDIDO - detetive
ALEXANDRE MORENO - Seboso
MARCOS BREDA - Giacometti
ÉLCIO ROMAR - dono do motel onde Leila morre
ARACY CARDOSO - mãe de Leila
MONAH DELACY - Leny Gouveia (modista que faz vestidos para Laura)
ALEXANDRE BARILARI - Dr. Fábio
JAYME PERIARD - Dr. Marcos (médico de Isabel)
NILDO PARENTE - Dr. Guilherme (médico de Cláudia)
ZÉ CARLOS MACHADO - Luís Fernando (recepcionista do Hotel Pampas)
DANIEL BOAVENTURA - apresentador de TV
DELANO AVELAR - Paulo Henrique
JOSÉ AUGUSTO BRANCO - médico de Isabel
BEATRIZ LYRA - enfermeira
MARCELO VÁRZEA - gerente de hotel
TEREZINHA AMAYO - Marlene (secretária)
JACQUELINE LAURENCE - Evangelina
GUSTAVO MORAES - Zé Luis (frentista)
RONALDO REIS - médico que atendeu Angélica
FERNANDA LOBO - enfermeira
LUCY MAFRA - vizinha de Rita
PAULO CÉSAR GRANDE - decorador de Gisela
ANA PAULA BOTELHO - recepcionista do motel onde Leila morreu
SÔNIA SIQUEIRA - Madalena (candidata à empregada de Dirceu)
CRISTINA FERRO - Shirlêi (prostituta candidata a empregada de Dirceu)
CARLOS BONOW - amante de Nazaré
ALEXANDRE ZACCHIA - Pezão (seqüestrador do Barão)
MÍRIAM MARTINEZ - amante de Cigano
LUIZ NICOLAU - Marcão
LAURA PROENÇA - Dora (pediatra)
JOSÉ AFONSO - Matusalém (vizinho de Do Carmo em Belém de São Francisco)
JOÃO SIGNORELLI - raptor de Maria Eduardaparticipações especiais na 1ª fase
CAROLINA DIECKMANN - Maria do Carmo (jovem)
ADRIANA ESTEVES - Nazaré (jovem) / Lourdes
GABRIEL BRAGA NUNES - Dirceu (jovem)
MARÍLIA GABRIELA - Josefa Magalhães Duarte Pinto
LUÍS CARLOS VASCONCELOS - Sebastião (jovem)
TARCÍSIO FILHO - José Carlos Tedesco (jovem)
TÔNIA CARRERO - Berthe Legrand
FÁBIO FERRER - Giovanni Improta (jovem)
LUCIELLY DI CAMARGO - Djenane (jovem)
MARIA AMÉLIA BRITO - Laura (jovem)
MANOEL CANDEIAS - Josivaldo (jovem)
WERNER SCHÜNEMANN - Comandante Saraiva
JONAS BLOCH - Inspetor Boegel
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO - Afonso
EMILIANO QUEIRÓZ - Padre Léo
ROGÉRIO FRÓES - General Bandeira
ANDRÉ VALLI - porteiro do Diário de Notícias
RUTH DE SOUZA - Marina
NEUZA AMARAL - Dona Mena (modista)
ILVA NIÑO - Dona Bil (vizinha de Do Carmo)
MARIA GLADYS - Dona Mimin (companheira de viagem de Do Carmo)
PAULO REIS - policial
RODRIGO HILBERT - Rudi
LUIZ MAGNELLI - Vital (motorista de ônibus)
MIGUEL RÔMULO - Reginaldo (criança)
MARCELO MAX - Viriato (criança)
RAMON MOTTA - Leandro (criança)
CÁSSIO RAMOS - Plínio (criança)
Bastidores
Senhora do Destino é o maior sucesso dos últimos tempos na Globo, batendo recordes de audiência no horário.
O autor Aguinaldo Silva tirou o mote central da novela das manchetes de jornais: o seqüestro do garoto Pedrinho por Vilma Martins Costa. Ela levou o bebê de uma maternidade de Brasília, em 1986, e o criou como se fosse seu filho até ser desmascarada, em 2003. Mais tarde, descobriu-se que fizera o mesmo com outra criança.
Entre as questões sociais minadas por preconceitos que a novela resolveu enfrentar está o lesbianismo – e ela conseguiu fazê-lo sem provocar a rejeição do público. Da mesma forma que Manoel Carlos em Mulheres Apaixonadas, Aguinaldo Silva soube dar dignidade às personagens Jenifer e Eleonora e assim pôde levar o romance entre elas até onde nunca se viu numa novela.
Outro tema forte é o da violência doméstica na figura da negra Rita (Adriana Lessa), uma mulher batalhadora de classe baixa, esposa submissa que levava surras de um marido violento e mau-caráter. A gravidez na adolescência também foi tratada, debatida a partir da personagem Leidi Daiane (vivida por Jéssica Sodré, de 19 anos, escolhida entre 400 meninas da periferia fluminense). Com suas crises de memória, a Baronesa de Bonsucesso (Glória Menezes) serviu de mote para transmitir informações sobre a doença de Alzheimer.
A corrupção na política também foi abordada, ao expor as falcatruas dos personagens de Eduardo Moscovis e Letícia Spiller – respectivamente o prefeito inescrupuloso e a primeira-dama da fictícia Vila São Miguel, na Baixada Fluminense. "Eu me inspirei em Lady Macbeth, de Shakespeare, para fazer o papel", disse Leticia, indo longe na referência.
Grande destaque para Renata Sorrah com sua vilã Nazaré. A TV há tempos estava lhe devendo uma personagem tão boa. Ótimas suas cenas com a enteada vivida por Leandra Leal. A jovem atriz é outro destaque ao viver Cláudia, a garota que investiga o passado de Nazaré com sede de vingança pelas suas vilanias.
O veterano José Wilker também conseguiu construir um personagem com algumas dimensões a mais. Seu Giovanni Improta é o bicheiro que se tornou respeitável com a dose exata de histrionismo e uma simpática homenagem a "coronéis" caricatos de novelas passadas, como o Odorico Paraguaçu de Paulo Gracindo e o Sinhozinho Malta de Lima Duarte.
O autor não quis saber de usar truques. “Cansei de realismo fantástico, chega de mulher voando” comentou Aguinaldo, “quero realidade”. A vontade de inovar era tanta que ele pensou até em usar pseudônimo. “Queria assinar como Consuelo Meirelles e provar que posso me renovar” comentou.
Em um dos pontos que poderiam colocar em risco a credibilidade narrativa da novela, está a cronologia estapafúrdia da história. A trama tem início em 1968, sua primeira fase, e a fase atual se passava entre 1992 e 1994. Mas objetos de cena, como telefones celulares, computadores e até mesmo automóveis, eram os mais modernos, bem como os figurinos e cenografia.
O título escolhido pelo autor era Dinastia, mas já estava registrado. Em seguida, passaram a existir duas possibilidades: Senhora do Destino e A Dona do Destino. Tanto Aguinaldo quanto o diretor Wolf Maia ficaram inclinados pelo segundo. A opção também foi descartada e então ficou decidido por apenas Destino, e em seguida o definitivo Senhora do Destino.
Uma novidade foi a campanha de lançamento da trama que trouxe a atriz Eva Wilma como locutora de três filmes de 30 segundos. O slogan de seu lançamento foi: "toda família tem uma grande história para contar".
Maria do Carmo Ferreira da Silva, nome da protagonista, é na verdade o nome da mãe do autor. E Sebastião, o irmão da protagonista, era na verdade seu tio.
Wolf Maia e a atriz Carolina Dieckmann foram para o município de Petrolina para gravação das primeiras cenas da novela. Os cenários escolhidos foram três locações: Belém de São Francisco, Vila de Santa Maria - onde o Rio São Francisco faz um "s" - e Ilha do Rodeadouro, uma ilha situada na divisa entre Bahia e Pernambuco. Para as gravações além dos atores foram utilizados 230 figurantes.
Para as primeiras cenas gravadas no centro do Rio de Janeiro, a produção reconstituiu a passeata de estudantes realizada contra a decretação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968, quando Maria do Carmo desembarcou na cidade. As gravações duraram nove finais de semanas e contaram com 800 figurantes.
Para sua abertura foram usadas cerca de 800 pessoas, na qual anônimos aparecem em preto e branco e os atores, em cores. Até Aguinaldo Silva aparece entre os desconhecidos.
Com problemas de saúde, Mirian Pires teve de deixar a novela. Na ficção sua personagem Clementina era hospitalizada já que sofreu um choque ao saber que seu neto engravidou uma garota de quinze anos. Para substituir Míriam, a atriz Cristina Mullins foi escalada para viver Aurélia, a filha de Dona Clementina.
Mirian Pires viria a morrer ma manhã do dia 7 de setembro de 2004, aos 77 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos juntamente com as complicações causadas pelo tempo de permanência no CTI, em função de ter contraído uma toxoplasmose. Um livro dos pratos feitos pela personagem de Míriam foi lançado através da novela, A Cozinha de Dona Clementina. A atriz foi homenageada no capítulo do lançamento do livro.Raul Cortez também deixou a trama, para realizar uma cirurgia de remoção de um tumor no intestino. Cerca de 80 cenas foram reescritas. Após a cirurgia, Raul voltaria à Globo para gravar as cenas do desfecho do Barão, que foi antecipado, para que ele pudesse se dedicar ao tratamento de quimioterapia.